A morte da imprensa escrita pelas mãos da Internet há muito que é anunciada. O público perdeu a “paciência” para esperar pelo dia seguinte para ler em detalhe todas as incidências das notícias que marcam a actualidade. Há um crescimento da necessidade de informação no imediato, não apenas aquela correspondente à notícia em si, mas todos os elementos contextuais que a envolvem. Algo, que em toda a justiça, apenas a Internet pode fornecer, mas algo que também se pode revelar muito perigoso na ausência de um mecanismo que ordene e oriente a informação ao dispor do leitor/utilizador.
O órgãos de comunicação social impressos tardaram a acordar para esta nova realidade – facto algo discutível visto ter sido rápida a sua adaptação aos novos media –, contudo, e tendo em conta apenas a realidade portuguesa, hoje em dia há quase que uma interdependência entre as versões online e offline dos principais órgãos impressos. Tal é visível mesmo nesta edição que marca o nascimento do Mercúrio do Porto, que surge já com o anúncio e publicitação do respectivo blogue, revelando ao longo das próprias notícias referências a outros sítios web passíveis de interesse para o leitor. A verdade é que as versões online dos jornais já não são mais meros espaços para colocar cópias ou resumos das versões impressas, mas sim plataformas noticiosas que não se limitam a dar a informação na hora, mas que produzem os seus próprios conteúdos e que publicam infografias e reportagens multimédia usando técnicas e meios que a mera versão em papel não pode oferecer.
Estaremos então a presenciar a inevitável transição do papel para o ecrã de computador? Rámon Salaverría afirma que não. Presente no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo, o professor da Universidade de Navarra disse que a Internet surge como um meio capaz de integrar a imprensa, a rádio e a televisão, o que necessariamente não significa a "morte do papel". Salaverría acrescentou ainda que "a imprensa, como media, não vai desaparecer, mas vai perder a sua hegemonia”.
Entre os temas discutidas no congresso, prevaleceu a ideia da necessidade da imprensa se reinventar e procurar um novo rumo para atrair novos leitores e para os fidelizar ao meio. É de sublinhar a palavra “novos”, já que são os jovens os primeiros a afastar-se dos jornais. Hoje cresce-se à volta de tecnologia, aprende-se em frente a ecrãs e quadros multimédia, os tempos do giz e da ardósia há muito que já passaram e agora coloca-se a questão de que destino dar aos manuais em papel. A desabituação do papel no acto de ensino leva um a pensar numa justificação plausível para convencer os jovens a consumir notícias em papel quando a sociedade quase que os força a abandonar esse meio. Contudo, é essa a tarefa da imprensa escrita. Tal não passa pela adopção de um design similar a uma página web, ou pela esperança do surgimento de um novo tipo de papel multimédia com acesso à Internet e capaz de exibir conteúdos de som e vídeo, mas sim pelo reaproveitamento das qualidades que os jornais já possuem.
Dar ênfase à exploração minuciosa e aos valores-notícia das temáticas abordadas no periódico, apostar no jornalismo de investigação, assegurar bons comentadores e analistas, nivelar pela qualidade e não cair na tentação do sensacionalismo, são estas as tarefas necessárias para salvar a imprensa escrita do pressagiado fim. Como novo projecto, o Mercúrio do Porto direcciona os seus objectivos nesse sentido, procurando ganhar o seu lugar no mercado através da qualidade do seu jornalismo, sem recorrer ao sensacionalismo e a tácticas de competição desleal. Contudo, para que esta visão se concretize é necessário que se criem as condições necessárias através de uma forte aposta na educação para os media e através da adequação do mercado às necessidades de um público que exija qualidade.
A história da imprensa viu muitos media a cair e outros a surgir para ocupar o seu lugar, viu a evolução dos novos media e a sobrevivência dos velhos. O mundo continuará a precisar de notícias e de alguém para descobrir, elaborar, estudar, trabalhar e fornecer os conteúdos, seja ao serviço do Mercúrio do Porto ou do Google News, resta apenas aos velhos media não perderem este próximo comboio pois pode não haver outro. Até que esse dia chegue a Internet continua a ter muito para aprender com a imprensa, mas chegou a hora da própria imprensa aprender alguma coisa com a Internet. Apostar na interactividade com os leitores, num design criativo e nas infografias são algumas das lições a retirar, e é em conta deste prisma que a redacção do Mercúrio do Porto se posiciona.
O órgãos de comunicação social impressos tardaram a acordar para esta nova realidade – facto algo discutível visto ter sido rápida a sua adaptação aos novos media –, contudo, e tendo em conta apenas a realidade portuguesa, hoje em dia há quase que uma interdependência entre as versões online e offline dos principais órgãos impressos. Tal é visível mesmo nesta edição que marca o nascimento do Mercúrio do Porto, que surge já com o anúncio e publicitação do respectivo blogue, revelando ao longo das próprias notícias referências a outros sítios web passíveis de interesse para o leitor. A verdade é que as versões online dos jornais já não são mais meros espaços para colocar cópias ou resumos das versões impressas, mas sim plataformas noticiosas que não se limitam a dar a informação na hora, mas que produzem os seus próprios conteúdos e que publicam infografias e reportagens multimédia usando técnicas e meios que a mera versão em papel não pode oferecer.
Estaremos então a presenciar a inevitável transição do papel para o ecrã de computador? Rámon Salaverría afirma que não. Presente no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo, o professor da Universidade de Navarra disse que a Internet surge como um meio capaz de integrar a imprensa, a rádio e a televisão, o que necessariamente não significa a "morte do papel". Salaverría acrescentou ainda que "a imprensa, como media, não vai desaparecer, mas vai perder a sua hegemonia”.
Entre os temas discutidas no congresso, prevaleceu a ideia da necessidade da imprensa se reinventar e procurar um novo rumo para atrair novos leitores e para os fidelizar ao meio. É de sublinhar a palavra “novos”, já que são os jovens os primeiros a afastar-se dos jornais. Hoje cresce-se à volta de tecnologia, aprende-se em frente a ecrãs e quadros multimédia, os tempos do giz e da ardósia há muito que já passaram e agora coloca-se a questão de que destino dar aos manuais em papel. A desabituação do papel no acto de ensino leva um a pensar numa justificação plausível para convencer os jovens a consumir notícias em papel quando a sociedade quase que os força a abandonar esse meio. Contudo, é essa a tarefa da imprensa escrita. Tal não passa pela adopção de um design similar a uma página web, ou pela esperança do surgimento de um novo tipo de papel multimédia com acesso à Internet e capaz de exibir conteúdos de som e vídeo, mas sim pelo reaproveitamento das qualidades que os jornais já possuem.
Dar ênfase à exploração minuciosa e aos valores-notícia das temáticas abordadas no periódico, apostar no jornalismo de investigação, assegurar bons comentadores e analistas, nivelar pela qualidade e não cair na tentação do sensacionalismo, são estas as tarefas necessárias para salvar a imprensa escrita do pressagiado fim. Como novo projecto, o Mercúrio do Porto direcciona os seus objectivos nesse sentido, procurando ganhar o seu lugar no mercado através da qualidade do seu jornalismo, sem recorrer ao sensacionalismo e a tácticas de competição desleal. Contudo, para que esta visão se concretize é necessário que se criem as condições necessárias através de uma forte aposta na educação para os media e através da adequação do mercado às necessidades de um público que exija qualidade.
A história da imprensa viu muitos media a cair e outros a surgir para ocupar o seu lugar, viu a evolução dos novos media e a sobrevivência dos velhos. O mundo continuará a precisar de notícias e de alguém para descobrir, elaborar, estudar, trabalhar e fornecer os conteúdos, seja ao serviço do Mercúrio do Porto ou do Google News, resta apenas aos velhos media não perderem este próximo comboio pois pode não haver outro. Até que esse dia chegue a Internet continua a ter muito para aprender com a imprensa, mas chegou a hora da própria imprensa aprender alguma coisa com a Internet. Apostar na interactividade com os leitores, num design criativo e nas infografias são algumas das lições a retirar, e é em conta deste prisma que a redacção do Mercúrio do Porto se posiciona.
acabei d descobrir k fizemos o editorial sobre o mesmo tema!!!!!!lol. com a diferença k o meu é minusculo....às 7h da manhã também nao dava para mais!
ResponderEliminarMas adorei a ideia da ver~sao online. Parabens=)