terça-feira, 10 de março de 2009

Liga dos Campeões: Eficácia Alemã arrasa Leão desmotivado

O Sporting foi a Munique tentar limpar a má imagem deixada no jogo de Alvalade, mas foi a equipa da casa que aproveitou a desmotivação leonina para fazer história ao golear os lisboetas por sete bolas a uma.

Adriano Cerqueira

A equipa de Alvalade até entrou bem com o primeiro remate de Moutinho a passar ao lado da baliza de Butt. Mas cedo o Bayern tomou controlo da partida empurrando os leões para o seu meio campo. A pressão dos alemães não tardou a dar frutos com o primeiro golo a surgir aos sete minutos por Lukas Podolski. Rui Patrício nada pôde fazer para travar o remate de fora de área do avançado alemão. O Bayern aliviou um pouco a pressão após o golo, mas o Sporting continuava com dificuldades em sair do seu meio campo. Aos 18 minutos a equipa da casa está novamente perto do segundo golo, com Rui Patrício a não segurar uma bola que parecia fácil, valendo ao Sporting o corte de Polga que desvia para o poste. Aos 28 minutos a equipa leonina conquista o primeiro canto da partida com a bola a ir parar às mãos de Butt. No contra-ataque o Bayern chega ao segundo golo, após Podolski aproveitar a atrapalhação de Rui Patrício com Polga, que deixaram a baliza aberta, permitindo assim que o avançado bisasse na partida. A equipa de Alvalade conseguiu subir no terreno e aos 36 minutos rematou pela primeira vez à baliza do Bayern, através de Vckcevic. O Montenegrino voltou a tentar a sua sorte no minuto seguinte, desta feita de livre, obrigando Butt a uma defesa apertada. Foram apenas preciso esperar mais dois minutos para os adeptos alemães voltarem a gritar golo. Desta vez de canto, Polga intercepta a bola só que acaba por a empurrar para dentro das redes de Rui Patrício. A defesa do Sporting mostrava claros sinais de insegurança e a repetição do desastre da primeira-mão parecia inevitável. Contudo, as esperanças leoninas voltaram a crescer quando aos 41 minutos João Moutinho remate de fora de área para um dos melhores golos da partida. No entanto, esta esperança foi sol de pouca dura, já que Schweinsteiger, após receber a bola dentro da área leonina sem oposição, não perdoou e marcou o quarto golo dos alemães. Paulo Bento tinha à sua frente uma tarefa complicada para motivar os seus jogadores assim que o árbitro apitou para o intervalo.

Ambos os treinadores aproveitaram o intervalo para fazer alterações nas suas equipas. No Sporting Izmailov e Abel entraram para os lugares de Pereirinha e Miguel Veloso. A equipa de Alvalade entrou melhor na partida chegando mesmo a desperdiçar duas boas oportunidades de golo. Primeiro por Izmailov, aos 60 minutos, com um forte remate de fora de área após insistência de Polga que obrigou Butt a uma boa defesa, e aos 66 minutos por Vukcevic que isolado frente ao guarda-redes alemão acaba por se atrapalhar e permitir a defesa a Butt. Sete minutos mais tarde surge o quinto golo da equipa da casa através de Van Bommel que rematou para o fundo das redes após assistência do recém entrado Muller. Aos 81 minutos, Pedro Silva fez falta sobre Klose dentro da grande área, o árbitro não hesitou ao apontar para a marca de grande penalidade. Rui Patrício ainda adivinhou o lado mas nada conseguiu fazer para evitar o sexto golo dos alemães, desta vez marcado por Klose. Os adeptos da equipa de Munique não foram embora sem festejar mais um golo do Bayern. Podolski, mesmo com queixas musculares, ganhou a bola fora de área e rematou forte para o sétimo e último golo da partida. O Sporting foi a Munique tentar limpar a má imagem deixada no jogo da primeira-mão, em vez disso volta para casa com o pior resultado de sempre na história europeia do clube.

Estádio Allianz Arena, em Munique

Árbitro: Martin Hansson (Suécia)

Bayern: Butt; Lell, Van Buyten, Lúcio (Breno, 46) e Lahm; Schweinsteiger (Muller, 72), Ottl, Van Bommel e Zé Roberto (Sosa, 46) ; Klose e Podolski

Suplentes: Rensing, Demichelis, Oddo e Deniz Ylmaz

Sporting: Rui Patrício; Pedro Silva, Tonel, Polga e Miguel Veloso (Abel, 46); Pereirinha (Izmailov, 46), Adrien Silva (Caneira, 74), Vukcevic e João Moutinho; Yannick e Derlei

Suplentes: Tiago, Daniel Carriço, Ronny e Tiuí

Marcadores: 1-0, Podolski (7); 2-0, Podolski (34); 3-0, Polga (39 p.b.); 3-1, João Moutinho (42); 4-1, Schweinsteiger (43); 5-1, Van Bommel (73); 6-1, Klose (82 g.p.); 7-1, Muller (90)

Disciplina: Cartão amarelo para João Moutinho (18) e Pedro Silva (77)

Ao intervalo: 4-1

Resultado final: 7-1

domingo, 1 de março de 2009

Parlamento Europeu abre as portas a estudantes

De 25 de Abril a 1 de Maio o Parlamento Europeu em Estrasburgo acolhe centenas de jovens universitários. Durante uma semana os participantes vão simular todas as vertentes do jogo político da União Europeia.

Adriano Cerqueira

Model European Union (MEU) é um simulacro do processo de aprovação de novas leis na União Europeia. Durante oito dias os participantes vão vestir a pele do Concelho de Ministros, fazendo parte da simulação de todos os passos de aprovação de uma lei e participando em debates e discussões sobre dois temas principais: sistemas eleitorais e política ambiental. Cada jovem terá ainda o desafio de representar um país membro da UE, que não o seu, e aprender mais sobre ele.

Mas o MEU não se foca apenas na vertente política, os inscritos poderão fazer parte de um jornal pan-europeu, sendo lhes dada a responsabilidade de relatar o evento e entrevistar as figuras de destaque. Para aqueles que preferirem observar e fazer parte do trabalho de bastidores, através da movimentação de interesses e influências, também há lugar para jovens agentes de lobbies.

Inês Nascimento, da organização do MEU, vê esta iniciativa como uma boa oportunidade para os estudantes da Universidade do Porto. “Um aluno da UP, seja de que curso for, pode beneficiar de várias formas deste evento. A prática do inglês num ambiente em que o nível da língua será elevado é uma delas. Terá também a oportunidade de contactar com outros jovens universitários de toda a Europa, com vocação internacional, activos na sociedade e conscientes da sua cidadania. Mas, claro, a vantagem central deste evento é experienciar a União Europeia da forma mais próxima possível”, afirma.

Agora membro da organização, Inês Nascimento chegou a participar na edição de 2008 do MEU. “Baseada na minha experiência pessoal posso dizer que a vivência das práticas da UE a este nível desmistifica o mecanismo obscuro que ela consegue ser. Traz novas perspectivas acerca das possibilidades e limitações das negociações e do próprio peso dos vários países. Especialmente para um país que, como Portugal, está relativamente distante do centro de decisão da UE, é revelador e esclarecedor de muitos mitos, e de algumas verdades”, confessa.

Inês Nascimento salienta ainda a importância dos participantes entrarem em contacto com os textos legais de implicações políticas, o que “ensina muito sobre a linguagem jurídica e o seu impacto real”.

Questionada sobre a importância deste evento na aproximação das universidades europeias Inês Nascimento salienta o papel fulcral da integração e diversidade cultural. “O simples facto de se juntarem jovens estudantes num ambiente neutro para todos eles é já em si a melhor forma de internacionalizar e aproximar as universidades europeias. Experiências são trocadas, qualidades são reconhecidas, diferenças culturais são apreciadas, e um espírito de tolerância e curiosidade nasce e pode desenvolver-se. E não são os alunos que verdadeiramente aproximam as universidades?”, refere.

A representante portuguesa do MEU 2009 olha com optimismo para evolução do processo de integração de Portugal na UE. “Este evento tenta possibilitar um reconhecimento da parte dos estudantes de todos os países do quanto as suas raízes nacionais e culturais podem e devem contribuir para a realização do imenso projecto que é a União Europeia. A posição de Portugal na Europa é relativamente periférica em vários sentidos, não só estamos longe da Europa, como não temos o peso de um país com uma grande população. No entanto, estou convencida de que os estudantes universitários portugueses não terão receio de assumir um papel proeminente se souberem a que direcção rumar, daí a importância destes eventos”, acredita.

Inês Nascimento apela ainda aos jovens estudantes para encararem com “bons olhos” a possibilidade de trabalhar com a União Europeia e de se tornarem em “verdadeiros cidadãos europeus”: “O facto de ter participado no MEU 2008 fez-me decidir trabalhar com a UE. Se mais estudantes o fizerem também, não é essa já a prova de que o processo de evolução está em curso? E com a vocação dos portugueses para “descobrir novos mundos”, não é isto um bom sinal de que tal processo possa de facto ser um sucesso?”

O Model European Union é aberto a todos os jovens entre os 18 e os 25 anos, cidadãos dos estados membros da União Europeia, e residentes da Noruega, Islândia e Turquia.