quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

TriMARES premiado em ano de ouro para a Robótica do INESC TEC


ROBIS é agora a maior unidade de Robótica do Norte do País


Edição de Imagem: Adriano Cerqueira
Com elementos cuja atividade remonta a 1993 com os primeiros passos registados em diversas áreas como o Futebol Robótico e a robótica submarina, a Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes (ROBIS) do INESC TEC tem-se afirmado como uma das unidades com maior índice de crescimento dentro do universo INESC TEC. Para António Paulo Moreira, um dos coordenadores da ROBIS, a afirmação desta unidade tem demonstrado bons resultados: “O crescimento da ROBIS é muito positivo, quer em termos de número de elementos, quer em termos de qualidade dos recursos humanos e das condições de trabalho. Passámos de nove elementos em 2009 para mais de 50 em 2012 com proveitos na ordem de um milhão de euros em 2012. Atualmente estão em curso na Unidade 28 teses de doutoramento e 30 teses de mestrado.”

Adriano Cerqueira

A ROBIS foi oficialmente estabelecida em 2009 como fruto da colaboração entre diferentes docentes e investigadores do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) que desenvolviam as suas atividades de investigação na área da Robótica e Sistemas Inteligentes. Inicialmente a unidade estava dividida entre a Robótica terrestre (veículos terrestres autónomos e manipuladores) e a Robótica “aquática” (barcos autónomos e submarinos autónomos), tendo a integração no INESC TEC levado a um maior aumento da cooperação entre os investigadores.

Crescimento contínuo com aposta na internacionalização


Em Fevereiro de 2011 a ROBIS deu um passo importante no crescimento da sua atividade através da fusão entre os grupos de robótica do INESC TEC e do ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto) – Grupo de Robótica e Sistemas Inteligentes (ROBIS) e Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA), respetivamente. A nova face da Unidade de Robótica traçou como objetivo ganhar uma dimensão internacional, através da aposta em mercados em forte expansão. Um passo estratégico daquela que é agora a maior unidade de robótica do Norte do país. A fusão entre os grupos de robótica do INESC TEC e do ISEP teve ainda como objetivo otimizar recursos, incrementar sinergias e fortalecer a capacidade científica e tecnológica de ambas as instituições.

Associar a nível internacional a robótica ao nome INESC TEC é a principal meta para o futuro da ROBIS. “No futuro pretende-se melhorar o networking internacional, nomeadamente, no imediato com a Europa e com a Austrália e através do reforço dos contactos já existentes com o Brasil. O objetivo é que o INESC TEC seja internacionalmente reconhecido e associado à Robótica. Pretende-se também reforçar os recursos humanos com contratações e com a criação de bolsas para mestres, doutorados e técnicos”, afirma António Paulo Moreira.

Neste momento a ROBIS está presente em cinco projetos Europeus, dos quais se destacam o projeto ICARUS e o projeto Increase Autonomy for AUVs – Unmanned Maritime Systems (UMS) da European Defence Agency (EDA). O projeto ICARUS, realizado em conjunto com a Marinha Portuguesa, tem como objetivo desenvolver sistemas marítimos autónomos para apoio de atividades de busca e de salvamento em caso de catástrofe. As ferramentas robóticas que estão a ser desenvolvidas vão ser dotadas com um grau de autonomia que as torne capazes de encontrar sobreviventes humanos de catástrofes e assim libertar as equipas de salvamento das tarefas mais difíceis e perigosas. Já o UMS está a ser desenvolvido para a EDA com o objetivo de aumentar a capacidade de veículos subaquáticos autónomos em aplicações na área da defesa naval, nomeadamente, na deteção de minas marinhas e respetivas contras-medidas.

Prémio Inovação da Exame Informática distingue TriMARES


A evolução da ROBIS foi recentemente premiada com o reconhecimento do submarino robô TriMARES na categoria de Inovação dos Prémios “O Melhor de 2011” da revista Exame Informática. Estes prémios têm como objetivo dar a conhecer pessoas e empresas que se distinguem no desenvolvimento de novas tecnologias a nível nacional.

O TriMARES é um robô de monitorização de meios aquáticos que foi recentemente exportado para o Brasil, num projeto em cooperação com a Universidade Federal de Juiz de Fora, com o objetivo de ser usado para examinar o fundo da albufeira do Lajeado, recolher dados sobre a qualidade das águas e verificar as condições do paredão da barragem. Este equipamento de monitorização é capaz de inspecionar estruturas de barragens e o assoreamento das bacias, com grau de precisão na ordem dos centímetros e em tempo real. O robô TRIMARES é uma evolução do submarino MARES também desenvolvido pela equipa do INESC TEC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e que tem sido usado em campanhas de monitorização ambiental desde 2007.

Para António Paulo Moreira este prémio é “um reconhecimento pela excelente qualidade da investigação desenvolvida na Unidade, geradora de aplicações e equipamentos inovadores”. “Um prémio mais do que merecido para os intervenientes”, acrescenta.

Semantic Pacs com Menção Honrosa na categoria de Software


Além do TriMARES também o projeto Semantic Pacs foi galardoado com uma Menção Honrosa na categoria de Software. Desenvolvido pela Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) do INESC TEC, em conjunto com uma equipa da FEUP, o Semantic Pacs permite uma análise automatizada de mamografias. O processo é feito por comparação tendo como base casos similares, sendo que o software analisa e valida automaticamente os casos em que o resultado do diagnóstico do cancro da mama é claro. Este sistema permite uma fiabilidade de 100% na deteção de tumores malignos. Reduzindo o tempo de espera pelo diagnóstico, e consequentemente o desgaste emocional das pacientes, este projeto representa um avanço significativo na deteção do cancro da mama.

A entrega dos prémios decorreu durante a conferência “O Melhor do Portugal Tecnológico”, organizada pela Exame Informática e pelo Expresso, que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, no dia 5 de Dezembro.

O Prémio “O Melhor de 2011” na área da Inovação para o submarino robô TriMARES, vem galardoar da melhor forma um ano de forte crescimento para a Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes. A ROBIS reforça assim a sua presença na área da robótica, consolidando-se como uma unidade de referência da robótica portuguesa, com reconhecimento a nível internacional.

Em Discurso Direto


Foto: Adriano Cerqueira
Edimar Oliveira, Leonardo Honório e Pedro Barbosa, Professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e colaboradores do projeto TriMARES no Brasil 

BIP - O que estão a achar da vossa participação no INESC Porto?

Pedro Barbosa e Edimar Oliveira - A interação com os pesquisadores do INESC Porto e da FEUP está sendo muito boa. Estamos tendo a oportunidade de observar e participar em estudos realizados pela unidade  de Robótica e Sistemas Inteligentes, particularmente aqueles ligados ao OceanSys Lab. Esta parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai impulsionar o nosso grupo de pesquisa na área de Robótica e Automação Industrial.

BIP - Que mais-valias podem retirar desta experiência?

PB&EO -  Em 2009 foi criado na UFJF o curso de Graduação e a Linha de Pesquisa na Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) na área de Robótica e Automação Industrial. Portanto, esta nossa participação na ROBIS vem ao encontro da nossa intenção de iniciar esse novo curso a partir de conhecimentos e pesquisas consolidadas e premiadas mundialmente. 

BIP - Qual o impacto do TriMARES? Como está a correr a prestação do submarino robot no Brasil?

PB&EO - O impacto do TriMARES está acontecendo nas esferas regional e nacional. Na UFJF o TriMARES está desempenhando um papel muito positivo para a visibilidade do novo curso motivando o ingresso de novos alunos e investigadores para o grupo de Robótica. Na esfera nacional o TriMARES deverá iniciar as tarefas de prospeção e investigação de assoreamento em barragens e lagos de usinas hidrelétricas no Brasil. Além disso, pesquisadores do Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPS) em visita ao laboratório demonstraram bastante interesse no desenvolvimento desta tecnologia para prospeção em águas profundas.

Fonte Original: BIP 122

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