domingo, 15 de fevereiro de 2009

200 anos de Darwin celebrados em exposição na Universidade do Porto


Edifício da Reitoria acolhe exposição comemorativa do bicentenário do nascimento do "Pai" do evolucionismo. Até 24 de Novembro, com ciclo de palestras paralelo.

Adriano Cerqueira

Entre raros exemplares do livro “A Origem das Espécies” e centenas de espécimes do espólio do Museu de História Natural da Universidade do Porto, a obra de Charles Darwin é homenageada, a partir de 12 de Fevereiro, no edifício da Reitoria da UP.

Aproveitando a passagem dos 200 anos sobre o nascimento do naturalista, a exposição "Charles Darwin (1809-2009) – Evolução e Biodiversidade" propõe uma viagem “2 em 1” até ao universo do autor da Teoria da Evolução das Espécies. “Comemoramos o nascimento de Darwin, mas também os 150 anos da Teoria da Evolução, dois momentos fundamentais da História da Ciência” explica ao JPN, Jorge Eiras, director do Museu de História Natural.

Dividida em quatro núcleos, a exposição “acompanha os vários aspectos da obra de Darwin”. Para isso o visitante é desde logo confrontado com uma sala dedicada às viagens do Beagle onde embarcou o naturalista britânico nas suas viagens de exploração. Através de fotografias, livros e exemplares de animais, pode ainda conhecer-se um pouco mais sobre a passagem de Darwin pelos Açores, Cabo Verde e pelas incontornáveis ilhas Galápagos.

A promoção da biodiversidade é outra das apostas de uma exposição “para todas as idades”. Para isso, estão reservadas duas áreas destinadas à descoberta de várias espécies de insectos, mamíferos e peixes, com o apoio de filmes explicativos. “A ideia é revelar os caminhos da evolução e a necessidade de conservar a biodiversidade. A nossa sobrevivência depende disso”, atira Jorge Eiras, para quem, “apesar da grande evolução da ciência”, o darwinismo "permanece actual nos seus fundamentos”.

Tentilhão em destaque

Por entre espécies do passado e do presente que se entrecruzam com os visitantes, o destaque da exposição centra-se no tentilhão das ilhas Galápagos recolhido na mesma altura em que Darwin realizou as suas observações. “Havia um senhor chamado Braga Junior que tinha uma colecção muito importante de animais da América do sul. Depois de ele falecer, os familiares cumpriram o desejo antigo do senhor e ofereceram-na ao museu em 1905. Entre o espólio estava o tentilhão”, explica Jorge Eiras.

De resto, um koala, uma ema e um condor juntam-se a peixe exóticos, primatas, aves, entre outras das espécies que povoam o mundo de Darwin, patente na Reitoria. A exposição inclui ainda uma vasta colecção de insectos, na qual se podem encontrar algumas das maiores espécies de borboletas do mundo.

Paralelamente, está prevista a realização de um ciclo de quatro palestras a cargo de especialistas na área da biodiversidade. A primeira tem lugar no dia 19 de Fevereiro e terá como anfitrião Carlos Almada, professor da Universidade de Lisboa.

Museu de Zoologia reabre em Maio

O Museu de Zoologia da UP encontra-se encerrado ao público desde Maio do ano passado, devido ao incêndio que atingiu o edifício da reitoria. “Felizmente, o museu ficou intocável, o incêndio parou à porta”, revela Jorge Eiras, director do Museu. Contudo, as obras nas zonas afectadas do edifício, forçaram o museu a fechar. O responsável admite que a reabertura do espaço ao público está para breve. “O mais brevemente possível, para finais de Maio, o Museu de Zoologia abrirá as portas”, refere.

A exposição vai estar patente até 24 de Novembro. A sala estará aberta de segunda a sábado, entre as 10 e as 19 horas. A entrada é livre.

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